Úlcera de Córnea


Outros Nomes

Ceratite Ulcerativa, Corneal Ulceration

Definição

A perda de uma ou mais camadas epiteliais da córnea é denominada Erosão Corneal ou Abrasão. A perca total do epitélio corneal com a perca, pelo menos em parte, do estroma corneal é denominada Úlcera de Córnea.

Uma ulceração corneal simples é aquela em que a cicatrização ocorre espontaneamente num período de 3 a 5 dias.

As ulcerações corneais complicadas envolvem atraso na cicatrização e estão associadas com infecção ou outros processos patológicos.

A ulceração corneal progressiva envolve um aprofundamento e alargamento da área lesada.

Predisposição

Acomete tanto cães quanto gatos de qualquer sexo.

É causada por qualquer condição não-traumática ou traumática que leva à ruptura do epitélio e do estroma corneal.

Pode ocorrer secundariamente a outras doenças corneais onde há predisposições raciais, presumindo-se uma base genética para o problema. É o caso da Distrofia do Epitélio Corneal no Pastor de Shetland e da Distrofia de Endotélio Corneal no Boston Terrier.

As raças de cães com maior predisposição são as raças braquicefálicas. A Úlcera Indolente é mais comumente vista nos cães da raça Boxer, sendo, por isso, também chamada de Úlcera do Boxer, mas pode ocorrer em qualquer raça.

Quanto às raças de gatos vamos encontrar aquelas que são mais predispostas ao Sequestrum Corneal como o Persa, o Himalaio, o Siamês e o Birmanês.

A idade de apareceimento é altamente variável e determinada pela causa do problema. As Úlceras Refratárias tendem a acometer cães adultos e velhos.

Sintomas

Os sintomas podem ser agudos ou crônicos.

O blefaroespasmo, a fotofobia e a epífora são estimulados pela sensação de dor do epitélio corneal danificado assim como aos espasmos secundários dos musculos ciliares.

A opacidade de córnea resulta do edema epitelial e estromal ou de uma infiltração de células inflamatórias na área afetada.

Aprodundamento da superfície corneal acontece quando há perca de estroma podendo ocorrer inclusive descemetocele.

A presença de neovascularição indica ulceração complicada na qual a cicatrização foi atrasada por fatores oculares (p.e. Ceratoconjuntivite Seca, Defeitos na Pálpebra, infecção) ou não oculares (p.e. auto-trauma, terapia médica inapropriada).

Nossos Casos Clínicos

Espécie: Felina, Raça: Persa, Sexo: Macho, Idade: 6 anos

Úlcera de Córnea

Figura 1: Paciente ulcera de córnea complicada no centro do olho esquerdo.

Úlcera de Córnea

Figura 2: Flap Conjuntival de 360 graus realizado no paciente da Figura 1.

Úlcera de Córnea

Figura 3: Mesmo paciente desevolveu ulceração corneal complicada no olho direito 7 meses após ter resolvido com sucesso o problema no olho esquerdo.

Úlcera de Córnea

Figura 4: Paciente após remoção do Flap Conjuntival de 360 graus realizado no olho direito. Observe o preenchimento da depressão corneal com tecido cicatricial. Ainda há neovascularização que foi tratada com medicações apropriadas.

Referências Bibliográficas

Fonte1: TILLEY, L. P., SMITH JR, F.W.K. The 5 Minute Veterinary Consult  – Canine and Feline

Fonte2: BICHARD, S. J., SHERDING, R. G. Saunders Manual of Small Animal Practice