Leishmaniose Visceral Canina


Outros Nomes
Leishmaniose

Definição
É uma infecção causada por um protozoário do gênero Leishmania. Os órgãos acometidos são o fígado, o baço, a pele, os rins e os olhos.

A doença é transmitida por um vetor, um mosquito, sendo que apenas as fêmeas picam e transmitem a doença. O mosquito transmissor é um flebótomo (alimenta-se de sangue) conhecido como Mosquito Palha (outros nomes: birigui, cangalha, tatuquira).

Predisposição
Não há predisposição por raça nem idade, podendo acometer qualquer raça de cão de qualquer idade.
Existe uma predisposiçao para acometer mais machos do que fêmeas.

Sintomas
Os sinais clínicos mais observados são perca de peso, intolerância ao exercício e perca de apetite.
Lesões de pele não-pruginosas (“sem coceira”), perca de pêlo simétrica e descamação.

No envolvimento renal teremos uma Glomerulonefrite.

Observamos ainda lesões oculares, poliartite e onicogrifose (“crescimento exagerado das unhas”) além do aumento do tamanho do fígado, do baço e dos linfonodos.

Prevenção – Cuidados Básicos
Visando evitar a criação e proliferação do inseto vetor da doença, que se reproduz no meio da matéria orgânica e em criadouros de animais, deve-se:

– Evitar a criação de porcos e galinhas em área urbana;
– Manter a casa e o quintal livres de matéria orgânica, recolhendo folhas de árvores, fezes de animais, restos de madeira e frutas;
– Todo esse lixo deve ser embalado e fechado em sacos plásticos;
– Os proprietários de terrenos desocupados devem adotar as mesmas medidas descritas acima;
– Manter o animal em ambientes telados com malha fina durante o período de maior atividade do inseto transmissor (do entardecer ao amanhecer);
– O uso de coleiras repelentes de insetos;
– Adotar a posse responsável do animal, não permitindo que o mesmo fique solto nas ruas.

Prevenção – Vacinação
Existe vacina para prevenção da doença em cães que, esta sendo utilizada no Brasil desde o ano de 2004.

A proteção conferida gira em torno de 95% e o esquema vacinal é realizado em pacientes soronegativos a partir de 4 meses de idade.

O esquema vacinal é composto por 3 doses, respeitando um intervalo de 21 dias entre as aplicações. A revacinação anual deverá ser feita 1 ano após a primeira dose e repetida anualmente, para a manutenção da resposta imune.

Tratamento em Humanos
Apesar de grave, a Leishmaniose Visceral tem tratamento para humanos. Ele é gratuito e está disponível na rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).

Tratamento em Cães
O tratamento dos cães infectados não tem eficácia cientificamente comprovada no Brasil. Além disso, mesmo que os sinais clínicos desapareçam, estes animais continuam transmitindo a doença, representando um risco à saúde de humanos e de cães sadios das proximidades. Por isso, o tratamento foi proibido pela Portaria Interministerial número 1426/2008 e a realização da eutanásia é a única alternativa disponível para que esses cães deixem de representar um risco à saúde pública, ao manter o ciclo de transmissão da Leishmaniose Visceral.

Referências Bibliográficas
Fonte1: TILLEY, L. P., SMITH JR, F.W.K. The 5 Minute Veterinary Consult  – Canine and Feline
Fonte2: BICHARD, S. J., SHERDING, R. G. Saunders Manual of Small Animal Practice
Fonte3: MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL
Fonte4: SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE – São José do Rio Preto-SP
Fonte5: LABORATÓRIO FORT DODGE – www.leishmune.com.br